"SUBESTIMAMOS DRASTICAMENTE A VELOCIDADE COM QUE A ENERGIA SOLAR RESIDENCIAL CHEGARIA.”
Problema do Sol
Na Califórnia, um quarto da energia e proveniente de usinas solares, o problema é que esta sendo gerado mais do que necessita e o pessoal da CASIO nao sabe o que fazer. Agora há tanta energia produzida por usinas solares que podem cair à valores negativos ,uma antevisão dos problemas econômicos e infra estruturais que as energias renováveis terão de enfrentar.
“Esses não são desafios intransponíveis”, disse Michelle Davis, da consultoria Wood Mackenzie Power and Renewables, ao WaPo . “Mas são desafios com os quais muitos operadores de rede nunca tiveram de lidar.”
A energia solar, ao contrário da energia proveniente de combustíveis fósseis, não é “despachável”, o que significa que os operadores da rede eléctrica não podem controlar – ou mesmo necessariamente prever – quanta energia fornece.
Isto entra em jogo no que é chamado de “carga líquida”: a demanda total por eletricidade menos a energia fornecida pela energia solar e outras energias renováveis. O que resta nessa equação é a quantidade de energia proveniente de fontes convencionais que a CAISO, operadora de rede da Califórnia, terá de colocar no sistema elétrico.
De manhã, quando todos estão se levantando, a procura é alta. Mas por volta do meio-dia, o sol aparece e a energia solar pode fornecer quase toda a energia necessária, fazendo com que os preços despenquem.
Num gráfico de carga líquida diária, esse padrão pronunciado é chamado de “curva de pato”, por sua semelhança com o pássaro. A situação é mais dramática na primavera, quando o céu está ensolarado, mas as temperaturas são relativamente amenas, o que significa que há menos demanda por aquecimento e resfriamento. “Subestimamos drasticamente a velocidade com que a energia solar residencial chegaria”, disse Clyde Loutan, diretor de integração de energia renovável da CAISO, ao WaPo .
No grande esquema das coisas, é um bom problema para se ter. A energia solar obviamente não é negligente. Mas também significa que grande parte dessa energia não está sendo utilizada. De acordo com o WaPo , 95 por cento dos 2,4 milhões de megawatts-hora de eletricidade desperdiçada na Califórnia em 2022 foram solares. A principal consequência desse desperdício, argumenta o WaPo , é económica. No longo prazo, poderá fazer com que os preços da eletricidade subam. A Califórnia respondeu a esta situação de uma forma que irritou os defensores das energias renováveis . No ano passado, o governo estadual começou a pagar menos aos proprietários de energia solar pela energia que colocam na rede, uma prática conhecida como “medição líquida”. Com efeito, isto torna a energia solar menos acessível, restringindo a sua adoção.
Por mais desanimador que isso possa parecer, existem outras soluções promissoras a explorar. No momento, de acordo com o WaPo , a CAISO está vendendo parte dessa energia extra para estados próximos. A verdadeira virada de jogo seria se, no futuro, o uso generalizado de baterias e outras formas de armazenamento pudesse economizar qualquer excesso de energia solar gerada durante o dia - o que significa que a energia dos dias ensolarados poderá durar até a noite, em vez disso. de forçar as usinas de combustíveis fósseis a voltarem a funcionar.
Texto baseado do site : The Futurism